Um desavisado certamente estranharia a notícia de que o Campeonato Espanhol poderia "terminar" no início de outubro, pouco depois de um mês de sua abertura. Não se trata de um exagero, e sim de estatística: se vencer o Real Madrid de Cristiano Ronaldo e Kaká, neste domingo, a partir das 14h50m (de Brasília), no Camp Nou, o Barcelona de Lionel Messi abrirá 11 pontos em relação ao seu arquirrival e maior concorrente, abrindo caminho para recuperar a coroa perdida na última temporada. E com apenas sete rodadas disputadas, fato inédito nos últimos tempos. O
A chance de "dar fim" à liga é tratada com cautela por parte da imprensa espanhola, já que Atlético de Madri e Málaga permanecem invictos e estão apenas um pouco atrás dos catalães (18, 16 e 14 pontos, respectivamente). Vale ressaltar, no entanto, que a competição não tem um vencedor diferente dos gigantes desde que o Valencia levantou a taça, em 2004. Nos últimos três anos, inclusive, a diferença entre o terceiro e o primeiro pelotão sempre foi de ao menos 20 pontos.
Apenas em sexto, com dez pontos, os merengues ainda tentam contornar a péssima largada no Espanhol. O curioso é que o futebol apareceu na Supercopa, quando derrotou o próprio Barça com grande exibição no Santiago Bernabéu, e na Liga dos Campeões, com duas vitórias convincentes nos dois compromissos (Manchester City e Ajax).
Em ambas Cristiano Ronaldo deu conta do recado e foi protagonista, chegando a 12 gols em dez partidas em 2012/2013. Neste domingo, o astro luso ainda poderá contar com a parceria de Kaká, cotado para ser titular depois de convencer diante dos holandeses no meio de semana.
'Messistência'
Do outro lado, o craque maior passa por um período, digamos, altruísta. Messi não marcou nos três jogos passados, mas somou cinco assistências ao longo da temporada - quatro apenas contra Sevilla e Benfica. Gols? São dez com a camisa azul-grená, inclusive dois nos confrontos diante do Real na Supercopa (assim como Cristiano). Vice-artilheiro na história do Superclássico ao lado de Raúl, com 15 gols, o argentino terá a oportunidade de se igualar ao compatriota Alfredo Di Stéfano no topo caso chegue ao hat-trick (três gols).
Se já têm os seus craques garantidos, tanto José Mourinho quanto Tito Vilanova mantêm dúvidas em outros setores. No Real Madrid, após o atrito envolvendo Sergio Ramos e o técnico português, a defesa parece definida, com Arbeloa, Pepe, o próprio zagueiro e Marcelo. Já o meio-campo tem o volante Michael Essien como possível titular para atuar ao lado de Xabi Alonso e Khedira, formando o chamado "trivote". Sua inclusão ocasionaria na saída de um dos dois meias: Özil, Modric, Di María e Kaká disputariam apenas uma vaga neste caso. Benzema e Higuaín dividem as atenções sobre o centroavante.
O Barcelona, por sua vez, tem problemas na defesa. Sem Puyol, que sofreu uma luxação no cotovelo diante do Benfica, no meio de semana, o time catalão pode não contar também com Piqué. O zagueiro também tem problemas físicos (no pé) e realizou trabalhos específicos ao longo da semana. Caso não possa atuar, os volantes Mascherano e Song atuarão improvisados. Na frente, a tendência é que o meia Andrés Iniesta comece o jogo depois de ter entrado nos 20 minutos finais em Portugal e aqueça a discussão pela Bola de Ouro.
Confira as possíveis escalações:
Barcelona: Valdés, Daniel Alves, Mascherano, Song (Piqué) e Adriano; Busquets, Xavi e Fàbregas; Iniesta, Messi e Sánchez. Técnico: Tito Vilanova.
Real Madrid: Casillas, Arbeloa, Pepe, Sergio Ramos e Marcelo; Khedira e Xabi Alonso; Di María, Kaká (Essien ou Modric) e Cristiano Ronaldo; Benzema. Técnico: José Mourinho.
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